No dia 13 de maio de 1966, na cidade de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, era criado o primeiro curso de Zootecnia do Brasil. Ontem, 14 de maio, 52 anos depois, o Departamento de Zootecnia da UFS (DZO) comemora oficialmente o dia do profissional que é responsável pelo cuidado, nutrição, bem-estar e melhoramento genético dos animais.
Com uma programação voltada para o empreendedorismo e atuação do zootecnista no mercado de trabalho, através de palestras e discussões, o DZO promoveu ainda, durante a tarde, uma apresentação da cavalaria da Polícia Militar e do canil dos Bombeiros.
Paula Gomes Rodrigues, professora do departamento desde 2013, conta que os dois assuntos que pautaram o dia são de extrema importância na formação dos estudantes.
Para a professora Paula Rodrigues, debater o empreendedorismo é importante para se pensar na carreira, que não implica apenas estudar e participar das ações da universidade.
“O primeiro é o empreendedorismo, para ajudar os alunos a pensar na sua carreira, que não é só estudar e participar das ações da universidade, mas o que ele pode fazer para melhorar e aumentar sua chance de se inserir no mercado de trabalho”, diz.
“O segundo, que falará sobre a Zootecnia propriamente dita, é porque temos muitos alunos que estão ingressando agora e estão com muitas dúvidas sobre o nosso trabalho, então queremos esclarecer tudo com eles”, complementa a docente, que é membro da comissão organizadora do evento.
Palestras
No início da manhã a administradora Sylvia Soares abriu as comemorações com a palestra “Empreender-se: o diferencial do empoderamento no mercado de trabalho”. Para uma plateia cheia e atenta, Sylvia falou sobre métodos de inovação e como se destacar através da autenticidade e disposição.
“Quando esses estudantes começam a perceber que fazem parte dos processos de transformação social, que são responsáveis pelos seu próprio sucesso profissional, vemos o brilho no olho deles”, afirma. “São momentos raros e rápidos como esse que conseguimos fazer com que eles percebam o quão importantes são para a sociedade, que eles são esses agentes que se reinventam nas crises, dificuldade, desajustes sociais e inversões de valores”.
Quem também proferiu uma palestra foi o zootecnista e membro do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) Wendell de Lima Mello. O tema abordou a “Atuação do zootecnista e o mercado de trabalho”.
Wendell Mello, do Conselho Federal de Medicina Veterinária, proferiu a palestra a “Atuação do zootecnista e o mercado de trabalho”.
“Algumas dessas áreas são pouco conhecidas e o resultado da Zootecnia hoje é notório para o nosso país, com a produção de produtos de origem animal, como ovos, mel, leite e derivados, carnes e outros, de excelente qualidade que serve às mesas de brasileiros e de estrangeiros”, diz.
Wendell esclarece ainda que o trabalho da Zootecnia é buscar a melhoria da qualidade de vida das pessoas através dos produtos produzidos, além de ser responsável pela economia brasileira no agronegócio e o conforto dos animais.
“E a Zootecnia também se preocupa com o bem-estar animal e a sustentabilidade. Trabalha nas agroindústrias para garantir que os produtos, desde a parte primária, sejam produzidos com qualidade e processados adequadamente para que esse alimento possa ser consumido com a certeza de que não causará nenhum dano aos consumidores”, diz.
Vivências
Estudante do campus do Sertão, Maria Celestina viu na interiorização uma oportunidade para estudar com o que sempre sonhou sem mudar de cidade.
Embora não esteja iniciando sua carreira acadêmica agora, Maria Celestina, 23 anos, está aproveitando o evento para direcionar seus interesses para as exigências do mercado. Estudante do campus do Sertão, Celestina viu na interiorização da UFS uma oportunidade para estudar com o que sempre sonhou sem mudar de cidade.
“Quando a UFS chegou em Nossa Senhora da Glória, oferecendo cursos voltados para as Ciências Agrárias, vi que era uma oportunidade para aquela região onde eu morava”, relembra. “Quando escolhi cursar Zootecnia vi que o trabalho era muito mais do que a produção, então foi uma surpresa. Nós trabalhamos com o bem estar, enxergando o animal como uma vida”.
Sua paixão por animais vem desde criança. Agora, na universidade, ela vê seu sonho de trabalhar com bichos cada vez mais perto e afirma que as palestras promovidas pelo departamento são também uma forma de ampliar sua visão sobre sua área de atuação.
“Estar nessa palestra sobre mercado de trabalho e inovação para o zootecnista deu uma visão diferente das oportunidades que temos. E elas não estão apenas aqui em Sergipe, mas em outros estados também”, afirma.
"Quero fazer mestrado para entrar mais qualificada no mercado", diz Janaína Maciel, do 10º período de Zootecnia de São Cristóvão.
Janaína Thainara de Lima Maciel, 23, também vê suas escolhas do passado tomando formas mais concretas no presente. Estudante do 10º período de Zootecnia do campus de São Cristóvão, a aluna, que nunca teve muito contato com os animais na infância, se prepara para o mercado e pretende se qualificar da melhor maneira que puder.
“Eu fui aprendendo com as experiências práticas que o departamento proporcionava e participava de tudo que era promovido. Agora quero fazer mestrado para entrar mais qualificada no mercado, que exige muito da gente”, conta.
Sobre as palestras, Janaína acredita que empreender é uma das perspectivas possíveis, por isso a importância de falar sobre isso. “Palestras como essa, sobre empreendedorismo e sobre o perfil que o mercado de trabalho exige, são importantes não só para quem está entrando, porque ele já vai desenvolvendo o perfil profissional, mas também para quem está se formando, porque você vê o que o mercado espera”, diz.
Ascom