O segundo dia da 10ª Semana Acadêmico-Cultural da Universidade Federal de Sergipe foi marcado pela continuação do 34° Encontro de Iniciação Científica (EIC), evento que começou na última segunda-feira, 09, e segue até a próxima sexta-feira, 13. A programação engloba apresentações de trabalhos em comunicação oral e em pôster digital.
Aluna do curso de Letras Português-Espanhol, Acna Franck está encerrando o primeiro ano no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) e participou da apresentação para divulgar os resultados da pesquisa intitulada “Los 3 C más diversos: conocer, combatir e celebrar - el combate a la transhomo+fobia en el contexto hispánico”.
“Tínhamos a perspectiva de estudar o combate à homofobia no contexto hispânico, mas quando começamos a pesquisar pensamos em ampliar a temática para mais de um recorte, ainda mais enquanto corpo LGBT, e expandimos para o combate à transhomo+fobia no contexto hispânico, enfatizando o termo ‘trans’ antes do homo+fobia para demarcar a minha presença na pesquisa. A ideia foi trabalhar e discutir a educação linguista como prática antissexista, anti-machista e anti-lgbtfóbica. E eu queria muito apresentar porque é a minha primeira pesquisa na academia, a partir de uma oportunidade que as professoras me deram, então eu estou muito feliz, pois é um trabalho que carrega um peso importante”, celebra Acna
A coordenadora de Pesquisa (Copes) da UFS, Renata Costa, explica que esse primeiro contato na iniciação científica pode despertar nos alunos a vocação da carreira acadêmica. “Depois de um ano fazendo a pesquisa, é nesse momento que os alunos vão divulgar e comunicar os resultados, o que é de praxe para um pesquisador experiente. Por isso é tão importante não só ir para campo, fazer investigação e escrever os seus relatórios, mas também realizar as apresentações. Eles ficam muito temerosos porque é a primeira vez de muitos jovens no Pibic, mas pode ser nesse momento que eles despertam e se dão conta que é exatamente isso que querem: seguir a vida acadêmica e fazer ciência”, afirma Renata.
No total, são mais de 900 apresentações de trabalhos, incluindo os produzidos no Colégio de Aplicação (Codap). A coordenadora da Copes também destaca que o momento de apresentação da pesquisa desenvolve outras habilidades para além do conhecimento aprendido em sala de aula. “Também há o desenvolvimento das ‘soft skills’, referente a questões de controle emocional, saber como falar em público, como argumentar e influenciar as pessoas que estão ali assistindo aos trabalhos. É essencial”.
Após apresentar a pesquisa intitulada “VGI como ferramenta para elaboração do inventário turístico de um destino: Aracaju/SE”, a aluna do curso de Turismo da UFS, Ana Paula Figueredo, não esconde a alegria ao alcançar o objetivo.
Foi a minha primeira experiência de realizar um trabalho como esse, que tem todo o processo de classificação, entrevistas e tudo mais, então, é muito gratificante chegar nesse momento final e ver que o objetivo realmente foi alcançado. Minha pesquisa busca mostrar para a gestão pública que há possibilidade de realizar o inventário turístico de um destino, que é um documento tão importante, tanto para a gestão quanto para o planejamento do turismo. Aracaju não possui esse inventário e tentei mostrar, através das Informações Geográficas Voluntárias (VGI), como é possível utilizar esse banco de informações para a realização do inventário turístico da capital”, diz a aluna Ana Paula.
Acompanhando a sessão, a professora do Departamento de Turismo, Cristiane Alcântara, orientadora da pesquisa de Ana Paula, ressalta a importância do tripé universitário para a formação dos estudantes.
“Eu acredito que o processo de formação de um aluno da universidade inclui o tripé do ensino, pesquisa e extensão. E o processo de iniciação científica é extremamente importante porque vai fazer com que o aluno tenha uma visão mais ampla do que acontece no entorno e, assim, ele pode levar a teoria para a prática. Com isso, ele vai pensar propostas, estratégias, alternativas e ações que visem à melhoria da sociedade ou do planejamento da gestão, como é o caso dessa pesquisa que a gente apresentou aqui. Me orgulha, como professora, poder fazer parte desse processo de formação da Ana Paula e perceber que ela conseguiu captar a essência do que é uma iniciação científica”.
O 34° Encontro de Iniciação Científica (EIC) está acontecendo na Didática 7 do Campus de São Cristóvão e, além das apresentações científicas, o evento contempla os projetos Masu - Mamas Saudáveis e Descarte Consciente, este último promovido pela Coordenação de Gestão Ambiental e Segurança do Trabalho (Coaset/UFS), com foco na sustentabilidade por meio da coleta de pilhas. O EIC também oferta massoterapia e auriculoterapia pelo projeto ViverZen e o espaço Vivências brincantes para acolhimento a famílias, crianças e mães lactantes.
Letícia Nery - Ascom UFS